quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Onde está meu coração?

Boa noite!

Meu coração parou e foi pra longe. Eu não sinto bater ou está fraco. No meu corpo está contido na sua função fisiológica e só. Bate por bater a manter-me viva, estando sem estar.

Meu coração só bate forte em Sampa. Quando encosta na pele de golfinho, na toca da raposa, no sobrado geminado, na meia luz do ópio, estacionado fazendo vapor.

Ouve meu lamento triste e saiba: meu coração tem Preguiça. Uma Preguiça daquelas! Ressente de ser ouvido como quando dei colo e acelerado pela admiração de uma presença rara; e por ser rara, preciosa.

Sorvi cada segundo de poucas horas em meses, como água doce no deserto: gota por gota. Bebi com gosto e cuidado e sem desperdiçar. Engoli e guardei reservando para saborear com tempo, na memória.

A menina dos olhos com lente de aumento olha de Piratininga à São Sebastião e só há um caminho a unir o destino ímpio e cruel da distância. Uma ponte sai do meu desejo e pode alcançar a metrópole, o interior, o rancho, onde for e assim será. 

Eu cuido e cuidarei do tempo como se fosse apenas relativo e nunca real. As horas serão meses e os meses anos e como um raio retornarei meu coração ao R&B. A dançar a mesma música e a olhar os mesmos sois e luas.

Serei breve em minha ausência e pautarei minha existência na esperança de um dia ouvir meu coração tão forte quanto a saudade que hoje o faz quieto e triste.

Um abraço preguiçoso e eterno.

Simone.  

      

             

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Ouvi dizer que o oposto da morte é o desejo

Boa noite!

Comecei a questionar a quantidade de coisas que desejo fazer na vida. Isso mesmo, sem incluir "ainda" na frase anterior. Sinto-me nascida ontem e meu olhar é de descoberta; olho diferente para a mesma coisa.

Eu adoro reprises, filmes preferidos vistos dezenas de vezes. Faço as mesmas coisas, mas a cada vez estou pensando e sentindo outras.

Assumo minha preferência por pequenos oásis, zonas de segurança e conforto. Adoro viajar porque sei que vou voltar e encontrar meu pequeno mundo, referencial e único em cor, cheiro e ar. Trago algo pra transportar-me onde fui e procuro o próximo exílio do lar.

Desejo amar, mais que amei. Posso até amar quem já amei, quem sabe? Ou amar quem nunca pensei poder. E posso não amar mais. O melhor seria ser amada como nunca fui. Estranho e instigante, fonte de desejos.

Vou conhecer pessoas novas e aquelas conhecidas mas nem tanto. Lugares e situações. Posso voltar várias vezes ao mesmo lugar, não sei. Talvez porque tenho desejos ainda não desejados.

Também ouvi dizer: cuidado com o que deseja. Achei esse ditado uma asneira. Coisa de covarde.

Então estou viva, estarei enquanto desejar, até desejar somente respirar.

Um abraço,

Simone.