quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

O que realmente importa. O que realmente importa?

Boas...

Há tempos que nada de importante vem, ao ponto de reflexão. Sim, tudo aqui reflete. Hoje veio.

Uma ruptura, com qualquer coisa, mexe com alguma coisa dentro, acima. Na alma. Deixar algo desaparecendo no horizonte ou tirado de nossas mãos por não pertencer mais, é , fato relevante. Sim, sempre é algo que supunhamos ser nosso.

Perder, perder, perder. Luz de vela, terminal, consumível, finita. Tudo finda, nada dura tanto que não possa ser esquecido. Eu serei: uma tia morta há um século, que mais nada significará. Não sou Garbo,  Mozart, Felini, Eco; não terei eco, assim como a maioria, a massa que passa, morre sem graça.

A única coisa minha, por direito, sou eu. E a você, a ti mesmo. E se for a Deus, sobra o livre arbítrio pra fazer o que bem entender com sua vida.

Tirar da vida, dos pensamentos, das paixões, da rotina, do hábito, da memória recente. E vira história; as vezes pra boi dormir. Outras viram livros, filmes, furo de reportagem. A maioria, vira nada.

Minha sombra, cada vez menor; perdoo-me por perder-me e curvar-me à ânsia de viver cada segundo como se fosse o único a sobrar de uma existência breve se comparada à etenidade prometida pela reencarnação. Meus defeitos de fabricação dos gens herdados e aqueles que agreguei pelo caminho e os que ainda vou adquirir não mais pesam tanto agora que descobri que tenho o direito de ser imperfeita.

O que perdi tá perdido. O que ainda vou peder já não importa; a vida anda torta, sem minha alter régua (não errei na ortografia) desejar a retidão esperada. Esperada por quem? Quem cobra, senão o espelho da sociedade que espera refletir sempre? Quer todos iguais em suas diferenças, tomar por baixo e equalizar a turba impotente a baixar os olhos, curvar a coluna e obedecer passivamente: vou comprar os produtos que devo, comportar-me e fingir felicidade.

Perdi a hora, fui embora.

Abraços,

Simone.