Bom dia!
Estava olhando para o ano passado e lembrando onde eu estava nesse dia, nessa hora. Esse exercício de ver o que passou parece fundamental no final de cada ano, mas confesso que sou menos sossegada e não deixo o ano acabar pra refletir.
Parece-me uma perda enorme de oportunidades fazer a análise no final e não durante. Essas resoluções de virada sempre ficam no meio do ano ou bem antes; então vou fazendo a debulhada diariamente. Não acumulo nada, aprendi o que minha mãe ensinou. Ela as vezes fazia as coisas antes mesmo de precisar.
Este ano deixei pra trás algumas coisas, pessoas e minha cidade. Sinto saudade, muita saudade. Preguiça, saudade! Todos os dias lido com "viver em outro lugar, sem conhecer nada nem ninguém". Minha coluna está cedendo e a ginga fluminense começa a amolecer uma criatura como eu. Talvez seja esse o mote!
Nada é por acaso... Por três vezes fui chamada para morar aqui e algum motivo deve ter. Amarguei uns meses de instabilidade paulistana, querendo impor um modus vivendi estrangeiro, irreconhecível e impossível de ser vivido por cariocas. Já entendo as meias palavras e o jeito direto e sincero de dirigir. O trânsito carioca é igual ao de Napoles. Paulista é exigente, carioca é impaciente: sinais vermelhos são odiados e faixa não existe. E nunca, mas nunca mesmo, confie num motorista de ônibus.
Só isso? Não, aprendi mais. Meu olhar está mais natural, sorrio mais, vivo mais e a água salgada tira o peso da semana. Areia massageando os pés descalços, mais tempo descalça, de short e regata, mais água de coco, mais sol, mais gente bonita e no caminho do meu trabalho um aterro, um Cristo, corcovado e maresia.
Aprendi mais coisas, senti mais coisas e sei que sou mais do que era no ano passado; além de ser mais velha.
Um abraço e um ano mais novo, cheirando a novidades!
Simone.