quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Só sei que nada sei

Boa noite! Eu vi um homem espancando um menino. Caído no chão o menino absorvia os chutes como se fosse um saco, resignado e consciente da sua sina. Sem choro, porque sabia que suas lágrimas não trariam sua mãe para protege-lo. Talvez nunca tenha chorado; aprendeu a chorar para dentro. Um menino abandonado ao relento e exposto às violências naturais de quem não tem futuro. E de repente dois homens o defenderam e se colocaram entre o pobre menino e o homem insano. Uma massa queria continuar o massacre e apenas dois homem contiveram a turba sedenta de sangue. E ficaram lá, garantindo que o menino não fosse surrado até a morte. O menino sentado na rua, com dores e a cabeça escondida, curvado e quase desaparecendo de tão esquálido e insignificante. Ele queria um celular, um cordão de ouro, um tênis ou somente uma mãe. Esses meninos que nos assaltam esfregam a desigualdade, descaso e incompetência da sociedade nada social. Pobres meninos e meninas órfãos de tudo, inclusive do nosso olhar e compaixão. A miséria corre em nossas veias e ruas. Somos mais pobres que eles; pobres de espírito na confortável poltrona, vendo e nada fazendo. Triste, muito triste. Um abraço. Simone.

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