Bom dia!
Antes de tudo, vale a definição:
Canalha: a plebe mais vil, gente desprezível. S.m. e f. e adj. Pessoa sem moral, desonesta; patife, infame, velhaco.
Pensei: seria um contrassenso, sendo um "Blog do Bem", perder tempo falando de canalhas? Não creio. Os inocentes e ingênuos, vítimas dessa gente que nem deveria ser chamada de gente, carecem de alerta.
Imagine o texto com locução, tipo NatGeo, falando de uma espécie animal:
Os canalhas vivem em todos os cantos, reproduzem-se em condições adversas e sobrevivem à custa da boa fé alheia. Podem ser encontrados nas repartições públicas, nas empresas, nas famílias, nos bares, nos becos e no submundo.
Sendo altamente adaptáveis, conseguem circular nos meios sociais com desenvoltura e habilidade. São inteligentes, safos, articulados e simpáticos. Aliciam com facilidade os fracos de caráter, oferecendo migalhas de suas tramoias, mantendo-os reféns com chantagens e ameaças.
A vítima do canalha crê no canalha por força de sua extrema destreza em enredar, envolver e enganar. O canalha consegue iludir, mesmo usando psicologia de botequim, pois consegue identificar as fraquezas de sua presa e a manipula com técnicas adaptadas e flexíveis.
Assume variadas formas, mas sempre aparentando ser um respeitável membro da comunidade. Nunca perde a calma, nunca se exalta ou agride. Sua fala mansa e articulada, mesmo nas situações mais críticas, faz com que a vítima tenha a falsa impressão de estar diante de um Dândi equilibrado e zen.
Independente da classe social do canalha, suas vestes estão sempre impecáveis, mesmo não sendo bem talhadas ou de grife. O perfume é uma de suas armas; de aparência "limpinha", circula cheiroso, derramando charme de canastrão por onde passa. Conquista porteiros, recepcionistas, vigias e viúvas. É o rei do xaveco, da enrolação e mentira.
Todo mundo conhece um canalha, mas poucos conseguem evitá-lo. Geralmente o canalha só é identificado após o ataque. Covarde, sempre precisa de cúmplices, de garantia de divisão da culpa, embora sempre irá negar tudo, com a maior cara de pau.
Imorais, não tem pudor nem compaixão. Atacam gente humilde e barões. Tem um faro apurado para encontrar suas vítimas. As mais comuns são as pessoas que gostam de adulação, vantagens, facilidades e ganhos fáceis. Sim, tudo tem a ver com dinheiro, posição e poder, tudo!
Quando são descobertos, procuram fugir sem deixar rastros, abandonando seus comparsas à própria sorte, pagando por suas mazelas. Fracos de caráter, não amam ninguém, não são amigos ou solidários, ao contrário, só estão de olho no que podem obter e ganhar com pouco ou nenhum esforço nas costas de alguém.
Trabalham, mas somente para terem acesso às vítimas. Aparentam competência, interesse e comprometimento, sempre com o intuito de se privilegiar com informações ou prever acontecimentos para seu benefício.
Um canalha não se emenda, não acha que está errado e não tem consciência pesada.
Nas peças de ficção, são vilões; no final são punidos com a morte, prisão ou relegados ao esquecimento. Sociopatas que são, podem enlouquecer ao serem pegos e punidos, mas continuarão sua jornada de vilania estando em um hospício ou prisão.
Você que já lidou com um canalha, deve saber como é difícil segurar o ímpeto de fazer justiça, até com as próprias mãos. A melhor maneira de reagir a um canalha é não reagir, mas sim reconhecê-lo e afastá-lo de sua convivência. Parece covardia, mas é a maneira mais eficiente de anular sua atuação e influência.
Para saber mais sobre como lidar com eles, leia um dos livros de cabeceira dos canalhas: "As 48 leis do poder", de Robert Greene. Um verdadeiro manual para iniciantes na matéria.
Lembre-se: um canalha pode estar ao seu lado, esperando para dar o bote.
Abraços,
Simone.
Nenhum comentário:
Postar um comentário