segunda-feira, 15 de novembro de 2010

"O bom humor é uma das melhores peças de vestuário que alguém pode usar na sociedade" - William Makepeace

Bom dia!

Tem muita gente pelada por aí! De uma nudez tão agressiva quanto a miséria humana. Carentes de um coat clássico, elegante, de lã inglesa e corte impecável, os mau humorados acordam com frio e perguntam a si mesmos: o que vai acontecer hoje que me deixará mais mau humorado do que já sou?

É impressionante a ausência de bom humor nos dias de hoje. O povo anda azedo e faz cara feia até para poste: o que esse poste está fazendo na minha frente? Quem colocou essa porra de poste nesse lugar? É capaz do sujeito chutar o poste e quebrar o dedão só pra mostrar sua indignação com algo que não está do jeito que queria. Daí vai xingar no hospital, de porteiros a médicos, vai espalhando seu mau humor e recebendo um tratamento cada vez mais hostil. Lei de ação e reação.

Se você der bom dia no elevador e não ouvir nenhuma resposta, não se irrite; ganhar um bom dia no elevador hoje em dia é tão difícil quanto ser bem atendido por uma compania telefônica. E há aquelas pessoas que acham que você deve andar com dinheiro trocado, como se você fosse um caixa de banco, preparado pra pagar com dinheiro trocado sempre. A cara de raiva da mocinha do caixa de qualquer lugar que você esteja pagando dois reais com uma nota de cinquenta é de chorar de rir. O melhor a fazer nestes casos é ir ao lugar sempre com uma nota de cinquenta ou de cem! E dê a nota rindo, é melhor ainda.

Eu pergunto, toda vez que encontro alguém que descarrega seu mau humor em mim: “Você é mau humorado só às terças (encaixo o dia da semana) ou é todo dia?”. Na maioria das vezes nem recebo resposta, mas alguns me mandam pra aquele lugar e nunca vou!

Em alguns lugares o mau humor é mais presente; aqui no Rio, terra da alegria (rs), o povo anda mais irritado que paulistano em sexta de feriado prolongado, com chuva e passeata na Paulista. Uma cidade linda dessas com pessoas que rosnam mesmo quando você é a mais gentil das pessoas do mundo! Mas tudo se resolve com uma boa gorjeta, propina ou promessa de vantagem. Aqui todo mundo chama Gerson (perdão, meu primo querido e bem humorado, mas o publicitário que fez o comercial do cigarro Vila Rica nos anos 70, escolheu um jogador com teu nome).

Outro dia, chegando de Sampa, peguei um taxi no Santos Dumont. Eu estava com um humor tão bom que irritava! Entrei no taxi, dei bom dia e nada. Falei onde ia e nada. Perguntei: - Faz tempo que está chovendo aqui? E o cara respondeu: - Tá chovendo. Sei que a corrida terminou com: - Me deixa aqui que eu não quero desfrutar mais nenhum minuto da sua companhia. E saí no meio da avenida Rio Branco, há 100 metros do meu destino. Melhor a pé que mal acompanhada!

Aprendi uma música quando era pequena e canto de vez em quando, pra suspresa de quem me ouve: “Alô, bom dia, como vai você? Um olhar bem amigo, um claro sorriso, um aperto de mão. E a gente sem saber como e por que, se sente feliz e sai a cantar a alegre canção”.

E por aí vai! Uma delícia cantar essa música que minha avó querida me ensinou. E ela adorava fazer guerra de tremosso! Ria de perder o fôlego toda vez que acertava um tremosso na testa de um filho, um neto, um genro (estes eram os melhores alvos!).

Tenham um super dia, bem humorado, cheio de graça!

Um abraço,

Simone.

PS: este texto é dedicado a alguém que saberá que foi em sua homenagem!

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