quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Saudade é uma palavra brasileira

Bom dia!

Sentir falta, pegar-se pensando em momentos como um filme antigo colorido e ter nostalgia de um tempo, fato, pessoa, lugar e situação não é exclusividade de nenhum povo; mas palavra pra isso, só neste pais. Vantagem? Só na língua.

Há saudade boa, aquela que vai embora quando chegamos de onde não queríamos sair. A chata: demora pra passar ou é remotamente reversível. E a pior, sem esperança de findar, granulada na vida e presente, insuportavelmente presente em todas as coisas.

É dor no meio do peito: experimente apertar entre os seios, bem no meio, quando a saudade literalmente apertar. Dói muito, no físico, na alma por vezes insone a buscar a ilusão e imaginação de quebra-cabeça.

Talvez existam tantas canções de saudade quanto de amor. Ou estão nos mesmos versos cantados, chorando abraçadas em alguma esquina boêmia etílica. Ciclica, a filha da puta parece ser mais insistente do que a mendicância urbana. Antes não houvesse a palavra, a memória ou o a parte do cérebro que registra, pois fica, fica, fica.

Um filme pegou o mote e resolveu na ficção o desejo de muitos: apagar da memória aquilo que nos enlouquece. Anote, se já não assistiu: "Brilho eterno de uma mente sem lembranças". Note o título sugerindo que só há luz permanente sem saudade. É verdade. No escuro de nossos cinemas mentais, há saudade demais.

Um abraço de quem chega pra matar a saudade,

Simone

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