sábado, 15 de junho de 2013

Alguém





Como começar? Sim, o tema. Qual é?


Cinco minutos depois...


É alguém. O tema é alguém. Quem? Eu? Não! Você? Não, alguém. Quem? Ninguém, todos.


Nasceu com frio, embora fosse verão. Sempre se interessou mais por rir a chorar, todavia era uma manteiga derretida, besta de tão romântica e arrepiava com o Hino Nacional.


Sim, é uma mulher. Quem sou eu pra falar de homem?


Por saber mais de si que dos outros, revelava sua expressão triste de presa fácil quando se fodia. E nada, nem a coisa mais terrível provocavam ódio. Raiva, sim. Ficava com raiva e depois esquecia.


É certo que tenha feito uma porrada de coisa ruim por aí e agora sabe o quanto dói, na pele. Por isso a compreensão das piores humanidades e horrores da vida, do mundo. Tanta resignação é sinal de culpa extrema, mesmo que seja inconsciente. Desculpa, mas não estou aqui pra adular alguém. Assim como todos, tem muitos defeitos.


Andou pelo mundo, mas não tanto quanto queria. Gosta de viajar e ser estrangeira, anônima. Costuma ir aonde ninguém vai para conhecer o desconhecido, mais conhecido por quem vive no lugar. Prefere os caminhos pouco percorridos e se perde, sempre.


Se fosse uma palavra, emoção. Um dia, sábado, um lugar, Sampa. Se fosse música, ópera. Uma coisa, cobertor. É confortável, acolhedora e excelente anfitriã. Gentil, seu sobrenome.


Ter nascido em São Paulo define muita coisa na vida de alguém. Sua ansiedade é proporcional, nunca desmedida e de limites há muito traçados. Mas desgoverna sim, cai de ralar o peito. Treme de dor e medo, se caga toda, sente frio no calor infernal de janeiro (esse mês é meio o acordar do ano, bem preguiçoso). Impaciente nas coisas banais, burocráticas e chatas, ignora a maioria o quanto pode.


Tem limites apenas como meio e não fim. Seus limites tem a ver com invasão e indelicadeza. Sem limite só sua imaginação anárquica, sem disciplina ou método. Cria coisas que não existem e nem existirão, viaja na maionese. Sabe pouco de muita coisa e muito de pouca coisa. Não é mais arrogante, já foi.


Pensa, pensa muito. Demais. E pira. Sente esgotamento de ser o que é e o que vem se tornando, quer fugir. Para e se aninha em si mesma até desenrolar o nó que se deu. Volta quebrada, ferida, suja. Mas volta.


Não vai mais onde não quer fazer o que não quer com quem não quer. Diz não com sinceridade e ninguém insiste porque sabe que não adianta. Fica mais tempo sozinha por que gosta, embora também goste e queira boa companhia.


O sexo tem um lugar especial em sua vida. Usa palavras como dedicação e delicadeza ao lado de intensidade e pegada. Gosta da coisa! Coloca todos os sentidos no amor físico e toda energia no espiritual. Acredita na fusão e troca de forças intensas desde o desejo.
 
Ama arte, principalmente cinema. Tem música na sua vida, como trilha. Sabe um pouco de pintura, adora Caravaggio e Van Gogh. A fotografia revela quanto às imagens são importantes e referências fundamentais, porque ama o belo, o bom, a qualidade e perpetuação do sublime.

Fala palavrão, muito; não xinga conhecido, só estranho e sem que perceba. Não manda ninguém pra lugar nenhum, a não ser no trânsito, na política e no futebol. Sempre gostou de esporte, hoje só vê. E anda de bike.


É difícil amar e conviver com alguém assim, tão cheia de lados e jeitos. Só eu sei.




Um abraço,


Simone

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