quinta-feira, 5 de agosto de 2010

"Se eu pudesse te dizer, aquilo que nunca te direi, tu poderias entender, aquilo que nem eu sei" - Freud

Boa noite!

Acho que estou enlouquecendo. Ou me conscientizando da minha loucura crônica. As contradições são tão gritantes, tornando minha vida uma incerteza. Acordo de um jeito, dali meia hora estou de outro, daí volto a ser o que era e em poucas horas já nem sei quem sou.

Não sei o que está rolando, mas percebo que a falta de vida social, de afastamento da minha base e de convivência cultural, pode ser um dos motivos dessa bagunça mental galopante.

Estou em choque. Não sei se aguento mais tempo nessa condição miserável, sem referências. Tenho de passar por essa fase crítica para entender-me limitada e falível. Cobro demais o espelho, olho meu umbigo na ponta do nariz, penso, penso e penso.

Vou dormir pensando, sonho pensando e meu maxilar dói de tanta tensão. Pareço estar à beira de um precipício olhando para baixo a calcular minha queda. Sinto frio na barriga todo o tempo e parece que queimo toda a adrenalina que produzo, assim que produzo. Não há sobra e temo não ter reservas para os dias de precisão.

Durmo pouco, como mal e estou à beira de um ataque de nervos Almodovariano, só que sem cores berrantes, nem a Madrid sexualizada. Sou uma tela de Picasso, descontruída em cubos de gelo. Sou a Bastilha tomada, a homeless que se hospeda em hotel, sou Maquiavel, Rasputim.

Fim, chega de lamúrias.

Um abraço,

Simone. 

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