segunda-feira, 30 de agosto de 2010

"De perto ninguém é normal" - Tolstoi e Caetano Veloso???

Bom dia!

É do homem admirar e invejar. A idolatria por pessoas que se destacam por algum feito é normal. Uma imagem de perfeição tolhe o julgamento e disfoca a percepção da realidade, tão clara e ao mesmo tempo turva. Mas hoje em dia os mitos são mais frágeis que nós.

Há algum tempo a desconstrução do mito tornou-se hábito. Revistas dedicadas a expor todo o tipo de história real, mina a fantasia e o reino perfeito de príncipes e princesas. As fotos posadas, em oposição às dos paparazzi, tentativas de um e de outro; o que se quer mostrar e esconder, ambos atraentes.

Qual a motivação para destruir a imagem, antes perfeita, daqueles astros midiáticos, com sorrisos clareados e vidas de sonho? Torná-los iguais, normais, pares de nós. Aproximados dos ídolos, talvez possamos sentir seu mau hálito, ver sua unha suja ou perceber a barra da calça colada com fita crepe.

O mesmo acontece em nossos relacionamentos; sejam eles de qualquer espécie: na família, amigos, trabalho ou amoroso. Ninguém permanece “normal” por muito tempo, nossa persona tende a pular de nós como aquele palhaço de mola das caixas surpresa. Nem penso em entrar na discussão do que é ou não normal, para isso teria de começar tudo de novo.

Hoje mesmo li um artigo sobre o Orkut e suas “melhorias” (o que se pode melhorar naquilo?) e agora os caras criaram uma forma de você “se dividir”, isto é, de ser o que interessa para cada grupo. Taí a prova de que não somos nada normais (o que é ser normal num mundo que acha que ter Orkut é necessário?).

Voltando à vaca fria (ou profana), devassar a vida alheia nos conforta? Trás para perto, em nossas salas com home theater, os astros do cinema, da TV e dos reality shows. Servimos uma pipoca ao último escândalo, saboreando o ídolo na manteiga, comendo-o vivo, assim como invadimos as páginas de sites de relacionamento à procura de segredos que não são segredos, senão não estariam lá.

Hoje as pessoas colocam as informações para serem descobertas, reveladas página a página. E haja saco para ver aqueles churrascos e o povo fazendo aquele sinal de dois dedos! Devolvo meu sinal com um dedo, aquele do meio. Eu sou normal!

Já prevejo os comentários (o povo não se expõe no blog e manda por e-mail) questionando sobre o contra senso: - O seu blog é uma forma de se expor! E respondo, antes que perguntem: - Porra sou normal!

Um abraço,

Simone.

3 comentários:

  1. Comentário que não é um comentário! Só uma piscadinha de olhos... O mais difícil de reconhecer que eu também sou normal, ou seja, nada normal, é pensar: que tipo de exemplo vou dar pro meu filho?!

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  2. Oi prima querida! Parabéns atrasados para o Gael!!! Então, que tipo de vida nossos pais nos deram para que nos tornássemos assim, tão normais? E eles são uns normais lindos, né? Nossa formação tem uma genética excelente e quem sai aos seus, não degenera... Teu filho tem sorte! Muita sorte! Beijos.

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