Boa tarde!
Lendo algumas coisinhas, comecei a pensar em amigos e inimigos. Hoje estou triste.
Sei quem são meu amigos? Tenho inimigos? Fiz amigos e inimigos?
Os amigos deixo entrar, faço as honras na minha vida, que conto na confiança. Acredito que são como sou e sempre me dou mal. Aos amigos, a verdade, o conselho, a hora perdida. Sempre serei assim.
Nesta semana magoei, fui magoada. Respondi à falta retaliando e desdenhando o afeto esquecido. Não quis saber os motivos, mas bem os sei. O egoísmo e a pequenês de alguém que exige mais e toma conta como cão de guarda.
Entendo, porque já rosnei às ameaças do passado que tentavam invadir meu quarto. Rechacei as tentativas de acesso e coloquei os bichos pra fora, indignada com a ousadia de ciscar no meu terreno, posto que era passado.
Agora vejo, inerte, devolverem-me o comportamento pretérito. Como vingança, talvez. E tenho tanto desprezo pela vingança quanto pela avareza. Percebo, entendo e assimilo a lição que não gostaria de aprender; desnecessária seria, caso tivesse agido com sinismo, deixando meu leito ser adentrado por uma sombra. Mas eu era tão insegura que não percebi o gesto previdente de deixar-me parecer magnânima.
E agora tenho de deixar que o barco suma no horizonte. O baaaaaaarco. Vai embora, desapareça e só volte com boas notícias. Nem pense em acenar, pois virei-me e não miro mais uma imagem difusa, esvaída na fumaça, esquecida previdentemente a proteger-me.
Vai passado, vai. Solto tua mão e já não sinto seu calor. Amigos? Não. Inimigos? Não. Somos nada. Nada.
Uma lágrima, só uma selou a carta que não mandarei.
Um abraço, sem braço.
Simone.
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